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A Demora O amor nos condena:demorasmesmo quando chegas antes.Porque não é no tempo que eu te espero.Espero-te antes de haver vidae és tu quem faz nascer os dias.Quando chegasjá não sou senão saudadee as florestombam-me dos braçospara dar cor ao chão em que te ergues.Perdido o lugarem que te aguardo,só me resta água no lábiopara aplacar a tua sede.Envelhecida a palavra,tomo a lua por minha bocae a noite, já sem vozse vai despindo em ti.O teu vestido tombae é uma nuvem.O teu corpo se deita no meu,um rio se vai aguando até ser mar.Mia Couto, em " idades cidades divindades"
Non "follas novas"; ramallode toxos e silvas sós:irta, como as miñas penas;feras como a miña dor.Sen ulido nin frescura,bravas magoás e ferís...Rosalía de Castro (1837-1885).
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ResponderEliminarA Demora
ResponderEliminarO amor nos condena:
demoras
mesmo quando chegas antes.
Porque não é no tempo que eu te espero.
Espero-te antes de haver vida
e és tu quem faz nascer os dias.
Quando chegas
já não sou senão saudade
e as flores
tombam-me dos braços
para dar cor ao chão em que te ergues.
Perdido o lugar
em que te aguardo,
só me resta água no lábio
para aplacar a tua sede.
Envelhecida a palavra,
tomo a lua por minha boca
e a noite, já sem voz
se vai despindo em ti.
O teu vestido tomba
e é uma nuvem.
O teu corpo se deita no meu,
um rio se vai aguando até ser mar.
Mia Couto, em " idades cidades divindades"
Non "follas novas"; ramallo
ResponderEliminarde toxos e silvas sós:
irta, como as miñas penas;
feras como a miña dor.
Sen ulido nin frescura,
bravas magoás e ferís...
Rosalía de Castro (1837-1885).